sábado, 11 de abril de 2009

Senhô,

Senhô, eu hoje venho lhe dizer.
Nessa vida de teatro, eu cansei de ser palhaço, nas minhas comédias de sofrer.

Senhô, quanta desilusão.
Cansei dessa gente que joga, que esquece do passional quando toma decisão.

Senhô, eu tento explicar.
De tanto jogar, ousar, esperar, gastei o gosto, o gozo, a paixão.

Senhô, eu posso formular melhó.
Amor é coisa boba, meio que irracional. Jogos são lúcidos, frios e calculistas. É o que há de pior.

Senhô, Jogo de amor não existe.
Gosto é da loucura, de dizer o que penso, o que sinto. Sem meias palavras, sem disse-me-disse.

Senhô,

eu gosto de gostar de quem gosto, mesmo que não haja retribuição. Não quero procura-lá nas outras, porque isso, ah, isso não acharei não.

Senhô, desculpe o desabafo.
Apesar dessa coisa de raciocínio, eu vou ficar aqui, com meu jeito de ser.
Quem vai dominar aqui, é o coração. Não deixarei o jogo prevalecer.
Por mais que eu me quebre, me envergonhe e hesite, sei que esse sou eu.

Sou romântico das antigas. Despido de armas e armadilhas.
Rendo-me, sem hesitar, ao amor, senhô.

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